Fonte: Valor Online
Estado: DF
As bancadas do PMDB e do PP na Câmara devem aumentar a pressão sobre o governo federal esta semana. Amanhã, o grupo dos líderes de oito partidos da base aliada devem se reunir na casa do vice-líder do PP, deputado Luiz Fernando Faria (MG), para estruturar a formação de um bloco informal que tentaria impor sua agenda de votações na casa.
“Esta aliança não vai substituir o papel dos líderes, mas vai brecar agendas exclusivas do Executivo. A Casa está parada. A gota dágua foi na semana passada”, disse o líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ). O parlamentar se referiu à resistência do governo em aceitar a aprovação de uma emenda constitucional que amplia os quadros da defensoria pública, já aprovada em primeiro turno na casa. Cunha disse que a interlocução do grupo de líderes com o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, é “nenhuma” e afirmou que a movimentação não está relacionada com a reforma ministerial, em que os ministros pemedebistas que são deputados federais devem ser substituídos por técnicos. “Nós já chutamos o balde, quando definimos que a bancada não vai fazer indicações”, disse.
O encontro de amanhã será o segundo do grupo. Na semana passada, os líderes se reuniram também na casa de Faria, em um jantar com a participação do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Segundo Cunha e o anfitrião, Alves deixou claro no encontro que a prerrogativa de elaborar a pauta da Casa é dele.
De acordo com Faria, o bloco informal pode dar origem a ações mais ambiciosas que apenas impor a pauta de votações ao governo. “Vamos construir o bloco informal vislumbrando futuras eleições. Na deste ano, a bancada do PT deve crescer e a dos aliados cair”, disse o deputado do PP, deixando aberta a possibilidade do bloco ganhar caráter formal no futuro.
Estiveram na reunião da semana passada todos os partidos aliados ao PT, exceto o PCdoB. Os partidos de oposição ficaram de fora, com exceção do SDD do deputado Paulinho da Força (SP). Mas o bloco ganhou uma defecção em apenas 48 horas: na noite de sexta-feira,
o PSD divulgou uma nota oficial assinada pelo líder da sigla na Câmara, deputado Moreira Mendes (RO) e o presidente nacional da legenda, o ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, afirmando que “o PSD não vai integrar e não atuará em bloco na Câmara dos Deputados” e ressaltando que seu apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff “não está condicionado a nenhuma contrapartida”.