IX Prêmio Benedicto Monteiro premia Defensoras e Defensor autores de peças jurídicas

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Na segunda-feira, 20 de Maio, a Escola Superior da Defensoria Pública (ESDPA) realizou a premiação da 9ª edição do Prêmio “Benedicto Wilfredo Monteiro”, em celebração ao centenário do fundador da Defensoria Pública do Estado do Pará.
O prêmio, criado pela Resolução n° 061 do Conselho Superior da Defensoria Pública, em 16 de agosto de 2010, e leva o nome do fundador da Defensoria Pública do Estado do Pará, em sua homenagem, é voltado para as melhores iniciativas e projetos desenvolvidos pelos Defensores Públicos, com o objetivo de valorizar a prática institucional e promover o desenvolvimento técnico-jurídico da categoria.
Rodrigo Ayan da Silva, Diretor da ESDPA, fez a entrega do certificado do avaliador do prêmio, Jean François Yves Deluchey, e também premiou os vencedores de cada categoria. Na sessão do conselho superior de entrega da premiação, a ADPEP foi representada pelo Diretor Jurídico José Anijar Fragoso Rei.
Na categoria “Peças jurídicas”, no Grau Bronze, pela primeira vez, houve empate: Defensora Luciana Albuquerque Lima com a peça jurídica “Agravo de Instrumento” e Aline Rodrigues de Oliveira Caldas, com a peça jurídica “Petição Inicial”, foram as agraciadas.
A Dra. Aline Caldas explicou que a peça jurídica foi elaborada em coautoria com a “assessora do núcleo Lia de Souza Martins: trata-se de uma petição inicial de repactuação de dívidas do consumidor baseada na lei do superendividamento , para viabilizar que o cidadão assistido da Defensoria Pública pague suas dívidas (contraídas de boa fé) preservando seu mínimo existencial”. Foi a segunda vez que Aline Caldas concorreu e novamente foi premiada: a primeira vez no ano de 2022, ficando em primeiro lugar com uma ação civil pública de saúde envolvendo pessoas com TDAH.

Pela primeira vez na história da Defensoria houve um empate em uma categoria, sendo a premiação dividida entre Luciana Albuquerque Lima e Aline Rodrigues de Oliveira Caldas.

Por sua vez, quem também foi premiada foi a Defensora Luciana Albuquerque Lima com a peça jurídica “Agravo de Instrumento”, acerca de reintegração de posse de um terreno particular que foi ocupado em 2007. O caso, no entanto, é mais complexo e emblemático, como destaca Luciana: “os moradores nunca haviam sido comunicadas da existência desse processo. Desde o início da ocupação até agora, já se passaram muitos anos e a eventual ocupação irregular já teria se consolidado. As famílias estavam em uma situação em que julgavam que não havia nenhuma insegurança e de repente seriam surpreendidas com a decisão determinando a saída delas do imóvel”, explica.

Após esta etapa, ocorreram visitas no local e outros problemas foram constatados: “Nas visitas, nós fomos tomando conhecimento de que na verdade muitos daqueles moradores tinham comprado seus lotes do próprio proprietário do imóvel, que tinha feito um loteamento anos atrás, o Parque do Milênio. Ele próprio vendeu de maneira irregular esses lotes. A nossa peça recursal demonstrou uma série de irregularidades e que talvez a ilegalidade não estivesse na ocupação e sim no próprio autor”, sintetiza a Defensora.

Nesta longa e complexa atuação, Luciana destaca a atuação conjunta de membros do Núcleo de Defesa da Moradia, o resultou ainda em 7 premiações no total, sendo que este ano, além de sua peça jurídica, os projetos institucionais de Silvia Noronha e de Adriano Souto também foram agraciados.

Já o Grau Prata ficou com Carlos Eduardo Barros da Silva, com “Ação civil pública para cumprimento de obrigação de fazer em favor das crianças e adolescentes acolhidos em Belém”, desenvolvida contra município de Belém e a Fundação Papa João XXIII (Funpapa), visando a implantação do serviço de acolhimento em família acolhedora em Belém e a efetividade do princípio da prioridade absoluta, que resultou na ação requerida. É a quarta premiação de Carlos Eduardo, sendo dois primeiros lugares e este seu segundo grau prata.

Carlos Eduardo Barros da Silva foi agraciado novamente no Prêmio Benedicto Monteiro.

Em primeiro lugar, com grau ouro, ficou Andréia Macedo Barreto, autora da “Ação Civil Pública que questiona a legalidade de projetos de credito de carbono e aponta a grilagem em cinco projetos estaduais de assentamentos agroextrativistas, que constituem territórios de comunidades tradicionais”. É a 5ª vez que Andreia recebe o Prêmio Benedicto Monteiro, tendo sido agraciada também em 2014, 2019, 2020 e 2023.

Por motivo de viagem, Andreia Macedo Barreto não pôde comparecer à premiação, mas foi a grande vencedora da categoria Peças Jurídicas.